Agricultura urbana e sustentabilidade ambiental das cidades

Abstract

O estudo da agricultura urbana tem ocupado as agendas de pesquisas no período recente. Ela se justifica, tanto pela produção de alimentos e geração de ocupação, quanto por visar a elaboração de modelos diversificados de intervenção urbana para a formação de cidades resilientes num contexto de mudanças climáticas. Para refletir sobre esta temática, partimos das seguintes indagações: Como a agricultura urbana pode contribuir para o desenvolvimento de cidades resilientes? O que a experiência de AUP em 11 cidades pode nos dizer sobre o contexto do planejamento urbano? No quesito ambiental, a agricultura urbana contribui com as reduções da emissão de carbono? Diante disso, o objetivo geral dessa dissertação visou compreender a agricultura urbana e periurbana (AUP) como uma estratégia de resiliência ambiental no contexto do planejamento urbano. A análise considerou práticas de AUP em onze cidades em diferentes continentes, com detalhamento para o município de Goiânia, estado de Goiás. Goiânia vem delineando, vagarosamente, ações de implantação da AUP a partir de práticas populares e institucionalizadas. Na análise foram considerados aspectos, tais como: uso do solo, viabilidade socioambiental e estratégias de institucionalização de política pública. No quesito ambiental, a pesquisa prospectou metodologias de avaliação de redução da emissão de carbono que poderiam ser aplicadas à AUP. A metodologia ancorou-se na revisão bibliográfica, pesquisa documental e estudo exploratório sobre redução da emissão de Carbono para a realidade de Goiânia. A sustentabilidade ambiental foi compreendida como a capacidade de suporte, resiliência e resistência dos ecossistemas. Os resultados indicam que, dentre os 11 casos estudados, destaca-se o papel multifuncional da AUP e a sua função ambiental nas cidades. Em relação à contribuição da agricultura urbana na construção da resiliência urbana, verifica-se sua contribuição parcial como ação potencial na redução da emissão de CO2 devido ao encurtamento de distâncias durante o transporte destes alimentos. Mas esta medida depende de normativas e incentivos governamentais para ocorrer.