Título: Desempenho ambiental e energético da produção de carvão vegetal para uso doméstico no Brasil
Autor(es): ANATER, M. J. do N.
Editor: USP, Instituto de Energia e Ambiente
Local: São Paulo
Data de publicação: 2022
Identificador: https://doi.org/10.11606/T.106.2022.tde-19122022-205835
URI: https://bdlis.ibict.br/jspui/handle/lis/169
Tipologia documental: Teses
Idioma: Idioma::Português:portuguese:pt-br
Descrição física: 156 p.
Resumo: O Brasil é o maior produtor mundial de carvão vegetal, utilizado majoritariamente no setor industrial e residencial. No setor industrial, é o único país que utiliza o carvão vegetal em larga escala para produção de ferro-gusa e aço. No setor residencial, seu uso está relacionado a particularidades de cada região. Historicamente, a produção de carvão vegetal esteve associada ao desmatamento ilegal de florestas nativas, condições degradantes de trabalho e de vida dos trabalhadores, uso de fornos de baixo rendimento e pelo baixo nível de inovações tecnológicas do setor. Entretanto, nos últimos anos, há evidências de modificação deste cenário, com preferência por matéria-prima de origem plantada, fornos com rendimentos superiores e melhores condições de trabalho. Porém, sabe-se que parte significativa da produção ainda é feita de forma tradicional, principalmente por pequenos produtores, que em geral, não possuem acesso às condições para melhoria do sistema produtivo. Esses fatores contribuem para a produção do carvão vegetal de baixa qualidade, que é em geral direcionado ao uso residencial. Diante deste contexto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o desempenho energético e ambiental da produção de carvão vegetal dedicado ao setor residencial brasileiro. A partir do levantamento de dados secundários e aplicação da metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), foram verificados os principais impactos da produção de carvão vegetal em duas diferentes rotas: Rota 1 que realiza produção de carvão vegetal a partir de madeira de desmatamento ilegal e forno do tipo rabo-quente e, Rota 2 que produz o carvão vegetal a partir de plantações florestais em áreas degradadas com uso de forno com fornalha, que permite a queima prévia dos gases oriundos do processo de carbonização. A Rota 1 é típica de sistemas ilegais e/ou expansão de terras com pastagem para criação animal, principalmente na Amazônia Legal. A Rota 2 é apontada como uma das alternativas promissoras no cenário atual, pois possibilita a recuperação de áreas degradadas para a produção de florestas plantadas. Como principais resultados, foi verificado que, devido à falta de rastreabilidade do setor, não é possível garantir a origem florestal da lenha utilizada para a produção de carvão vegetal. Além disso, verifica-se que o uso do biocombustível está relacionado a especificidades de cada região brasileira, onde estudos expõem que, em geral, o combustível possui baixa qualidade para uso residencial. Por fim, no estudo de ACV, foi verificado que a produção de carvão vegetal na Rota 2 (aperfeiçoada) teve melhor desempenho em todas as categorias de impacto analisadas (mudanças climáticas, acidificação, eutrofização, toxicidade humana, ecotoxicidade terrestre e oxidação fotoquímica), como esperado. A partir desses resultados, foi possível concluir que o aproveitamento de terras degradadas para plantações florestais, é uma estratégia viável ambiental e economicamente, por proporcionar o suprimento da demanda por lenha ao passo que diminui a pressão sob florestas nativas. Fomentar políticas públicas, garantir a fiscalização e investir na cadeia produtiva deste setor são ações que podem colaborar com as Contribuições Nacionais Determinadas firmadas pelo governo brasileiro no âmbito do Acordo de Paris.
Assunto : Avaliação de Ciclo de Vida;Carvão vegetal;Qualidade do produto;Uso de terras degradadas;Desempenho ambiental e energético;Uso residencial do produto
Citação: ANATER, M. J. do N. Desempenho ambiental e energético da produção de carvão vegetal para uso doméstico no Brasil. São Paulo: USP, Instituto de Energia e Ambiente, 2022. 156 p. Tese de Doutorado.
Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106131/tde-19122022-205835/publico/TESE_MonicaAnater_versaofinal.pdf
Acesso à informação: Acesso Aberto
Detentor dos direitos autorais: ANATER, M. J. do N.
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