Avaliação do ciclo de vida do processo de tratamento de efluente em indústria têxtil no Rio Grande do Norte

Abstract

A indústria têxtil e de confecção é reconhecida por sua relevância mundial na economia. Da mesma forma, se mostra como uma das mais impactantes ao meio ambiente, visto que, a forma de consumo da moda tem um ciclo rápido e passageiro, em que novas tendências surgem a todo momento, principalmente influenciadas pela rapidez do mundo tecnológico em que está inserido. O impacto causado por essa indústria acontece em diferentes escalas de sua cadeia, não se restringindo apenas ao grande volume de descartes e lixo que gera e sendo marcante também na sua produção, em que processos como o beneficiamento de malhas, tecidos, aviamentos ou das próprias peças, a fim de agregar valor, demandam um alto consumo de água, corantes, pigmentos. Sendo assim, esses processos geram efluentes que para serem descartados, necessitam de tratamentos prévios tanto físico-químicos quanto biológicos. A Avaliação do Ciclo de Vida surge como uma ferramenta eficaz de gestão ambiental ao demonstrar quantitativamente os impactos ambientais de um processo ou produto. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é realizar a Avaliação do Ciclo de Vida do processo de tratamento do efluente de uma indústria têxtil localizada no estado do Rio Grande do Norte, a fim de determinar qual a principal fonte de impactos ambientais do processo. A unidade funcional escolhida foi de um metro cúbico de efluente bruto. A Avaliação do Ciclo de Vida foi realizada no software SimaPro 9.4, seguindo a norma ISO 14040. Nas categorias de mudança climática, eutrofização de água doce e marinha o maior impacto foi proveniente do floculante utilizado no processo, a poliacrilamida aniônica. Já o coagulante, o policloreto de alumínio, teve o pior desempenho ambiental entre os elementos do processo nas categorias de escassez de recursos minerais e toxicidade humana (câncer). O ácido sulfúrico utilizado para neutralizar o efluente bruto teve um maior impacto ambiental nas categorias de ecotoxicidade e toxicidade humana (não câncer). Por fim, os elementos com menos impacto nesse processo foram a resina catiônica e a energia, esse último sendo o menos impactante.